quarta-feira, 15 de setembro de 2010

OPINIÃO: Criticar sem reflexão não é bom. Verdades sobre a Embaixada brasileira em Funafati

Recebi um e-mail que contava sobre a criação da embaixada brasileira em Funafati. Acreditando ser mais uma “lenda web” dei uma de “detetive virtual” e fui pesquisar. Aqui esclareço o que descobri.
Realmente, Funafati é a capital de Tuvalu, um grupo de nove atóis que fica no Pacifico, na Polinésia. A população de Tuvalu é de 12.273 habitantes, quase todos descendentes de samoanos. E é verdade que hoje 87% da população é protestante.
A economia de Tuvalu (PIB de 14,8 milhões de dólares) é baseada na exportação de produtos naturais. Lá não existe TV só um jornal quinzenal (500 exemplares).
E é verdade, foi criada uma embaixada brasileira em Funafati.
Mas não foi só lá. Você já ouviu falar de Nauru? É o menor país insular do mundo.  Pois é, lá também foi criada uma embaixada do Brasil. Só em junho, foram criadas sete representações diplomáticas do governo brasileiro para atender países-ilhas, a maioria no Pacífico Sul.  
São chamadas “embaixadas do clima”.  Esses micro-países são os únicos parceiros do Brasil no esforço para conter a venda de créditos de carbono para algumas atividades que não estão no mercado formal do Protocolo de Kyoto, como a captura e o armazenamento de gás carbônico. (Ver reportagem publicada na  Folha.com  (http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/754103-brasil-faz-embaixadas-do-clima-em-paises-ilhas.shtm) O Brasil tem o apoio das ilhas pois elas temem sumir do mapa com o aquecimento global. Apesar de inexpressivos no mundo político-econômico todos os países tem o mesmo peso para votos no âmbito da Convenção do Clima da ONU e do protocolo de Kyoto.  
No que diz respeito às facilidades para o povo de Tuvalu vir ao Brasil (vistos, negócios) esta informação não procede: Essa atividade é realizada pelos consulados e não pelas embaixadas. De uma forma geral e resumida, podemos dizer que a embaixada representa um país perante outro país, enquanto o consulado representa particulares de uma país em outro país (interesses de empresas estrangeiras, nacionais que trabalham naquele país, etc...)
Quanto aos possíveis gastos extras e cabides de empregos, acho que só o futuro nos dirá quem estava certo. Atualmente não há gasto extra, a embaixada já existente na capital da Nova Zelândia será responsável pela representação. Outros países fizeram movimentos semelhantes, com embaixadas “cumulativas” como a Suíça e os EUA.
Não posso negar que o nosso país está cheio de políticos corruptos e que administram mal o nosso dinheiro. Talvez o Lula seja um deles, é verdade. Mas o Brasil também está cheio de pseudo-intelectuais (muitos deles mal intencionados) que propagam meias verdades (disfarçadas em textos bem redigidos) pela internet como se fossem evidências das teorias absurdas criadas por eles. Acho importante questionar tudo o que o governo faz, mas antes de acreditar em alguém que nos diz que o governo está nos manipulando, devemos nos certificar se esse alguém também não está.

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